Pica-pau-malhado-pequeno, o pica-pau do tamanho de um pardal

Luís Miguel Reino
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Com o comprimento aproximado de um pardal, o Pica-pau-malhado-pequeno é o pica-pau mais pequeno da avifauna europeia. Descubra algumas das características e distribuição desta ave peculiar.

CARACTERÍSTICAS E IDENTIFICAÇÃO

O Pica-pau-malhado-pequeno Dendrocopos minor é uma ave da ordem dos Piciformes. É o pica-pau mais pequeno da avifauna europeia, apresentando dimensões entre os 14 e 16,5 cm. Este pica-pau muito pequeno apresenta um corpo “rechonchudo”, cabeça arredondada e bico curto e aguçado na extremidade. As partes superiores são de cor negra com barras brancas nas asas e nas costas. A barra preta na parte lateral da cabeça não alcança a coroa. Os flancos são ligeiramente malhados. O macho apresenta uma mancha vermelha na coroa, sendo lateralmente bordeada a preto. As fêmeas não apresentam nenhuma mancha vermelha na sua plumagem.

DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA

O Pica-pau-malhado-pequeno é uma espécie de distribuição paleárctica sendo na generalidade uma ave sedentária. A sua área de distribuição estende-se desde o Norte de África, por quase toda a Europa, até ao Extremo Oriente. Na Europa, as variações populacionais são atribuídas a alterações do habitat e a variações temporais na disponibilidade alimentar. Em Portugal, a distribuição conhecida é muito fragmentada e descontínua, provavelmente devido às dificuldades de detecção associadas a esta espécie, mas também devido a diferenças de habitat.


ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO

A nível europeu as populações desta espécie não se encontram ameaçadas. No entanto, e pelo facto de apresentar uma área vital relativamente grande (ca. 50 hectares) é sensível à fragmentação dos habitats. Na Península Ibérica encontra-se catalogado com o estatuto de “Indeterminado” em ambos os Livros Vermelhos Ibéricos. Os principais factores de ameaça são a degradação dos biótopos florestais e a exploração intensiva dos recursos lenhosos e associados.

HABITAT

Em Portugal encontra-se sobretudo, associado a sistemas florestais e agro-florestais. Nos primeiros destacam-se os carvalhais, os sobreirais (link à ficha) e as matas ripícolas de choupo e salgueiro. No Centro e Sul do território nacional frequenta ainda meios agro-florestais relativamente densos, destacando-se os montados de sobro e os montados mistos de sobreiro com pinheiro-manso. Parece evitar bosques de resinosas.


ALIMENTAÇÃO

Alimenta-se de invertebrados que retira dos buracos ou saliências dos trocos e ramos das árvores, como sejam larvas de escaravelhos, moscas diversos aracnídeos, etc. Por vezes captura os insectos em vôo. Também consome pequenos frutos silvestres.

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