Ficha da Salamandra-lusitânica

Filipa Martins
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ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO

Está incluída no Anexo II da Convenção de Berna e dos Anexos II e IV da Directiva Habitats, e é considerada uma espécie vulnerável à extinção (VU).

FACTORES DE AMEAÇA

As ameaças mais importantes a esta espécie são a poluição dos cursos de água por efluentes industriais, domésticos e agrícolas; a canalização e desvio de pequenas linhas de água para a rega; a destruição dos habitats circundantes dos rios e ribeiros, em particular a vegetação ribeirinha; a destruição de locais de reprodução, como minas e fontes subterrâneas; agricultura intensiva e substituição das florestas caducifólias por plantações de eucaliptos; e a urbanização desordenada. Sendo uma espécie com uma capacidade de dispersão limitada, os incêndios representam uma ameaça adicional.

 

HABITAT

Como não possui pulmões funcionais, respira essencialmente através da pele, ocorrendo por esta razão em locais extremamente húmidos de zonas montanhosas, a altitudes que não excedem os 1500 m. Pode ser encontrada em locais próximos de ribeiros de água límpida, bem oxigenada e corrente, com vegetação abundante nas margens, entre musgos, nas cavidades das rochas ou sobre pedras com substratos húmidos. Vive igualmente em grutas e galerias de captação de água (minas). Estes locais estão geralmente circunscritos em bosques caducifólios ou lameiros, e em alguns casos em campos agrícolas.

ALIMENTAÇÃO

A alimentação dos adultos é constituída por insectos, aracnídeos e moluscos de pequenas dimensões. As larvas alimentam-se essencialmente de pequenos insectos aquáticos, moluscos e crustáceos.

 

INIMIGOS NATURAIS

Os adultos de salamandra-lusitânica podem ser predados por cobras-de-água, víboras, lontras, grandes sapos (Bufo bufo) e salamandras (Salamandra salamandra). As larvas desta espécie podem ser capturadas por cobras-de-água, escaravelhos aquáticos e larvas de libélula.

 

REPRODUÇÃO

A época de reprodução pode variar consoante a região em que se encontra, mas em Portugal parece ocorrer no período compreendido entre Maio a Novembro.

O acasalamento ocorre após um complexo comportamento de cortejamento em terra ou em águas pouco profundas. Após o amplexo com o macho, a fêmea deposita entre 12 a 20 ovos num local húmido e protegido, geralmente em pequenas concavidades naturais nas margens dos cursos de água, debaixo de pedras ligeiramente submersas ou nas paredes de minas e galerias próximas de linhas de água. A eclosão ocorre seis a nove semanas após a postura.

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