Ficha da Águia-real

Luís Miguel Reino
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A águia-real é uma ave soberba, que sempre foi encarada pelas mais diversas culturas do Hemisfério Norte como símbolo de poder e bravura. Depois de um declínio acentuado, a população Portuguesa parece estar a inverter essa tendência negativa.

 

 

IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS

A águia-real (Aquila chrysaetos) é uma ave de presa de grandes dimensões, apresentando uma envergadura de ponta a ponta das asas situada entre 2,05 e 2,20 m. A uma distância de observação superior a 500 m, as aves adultas parecem ser uniformemente escuras, contudo, observada de perto é visível uma banda de cor mais clara na base da asa, verificando-se o mesmo na cauda. Na parte superior, destacamos uma banda mais clara nas coberturas das asas. Os juvenis e os imaturos apresentam uma banda de cor branca nas asas e na cauda, tanto no lado superior como no inferior. Todos os indivíduos apresentam a nuca e a coroa mais claras, variando do amarelo até ao castanho mais claro.

DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA

A águia-real é uma espécie de distribuição Holárctica, distribuindo-se por grande parte do Hemisfério Norte. Na Europa encontra-se relativamente bem distribuída. Actualmente, a população europeia estima-se entre os 5000 e os 7200 casais nidificantes. A população nacional encontra-se estimada entre 56 e 63 casais nidificantes, devendo estar a aumentar ligeiramente. A maior parte da população nidifica no Nordeste transmontano e Alto Douro. Os demais casais distribuem-se nas serras da Peneda, Gerês, região do Tejo Internacional, Marão, troço médio do Guadiana e pontualmente noutras áreas.


ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO

Em termos europeus, encontra-se na categoria SPEC 3 (SPEC corresponde a Species of European Conservation Concern - espécies que suscitam preocupações de conservação a nível europeu). Sofreu um acentuado declínio desde o século passado, motivado sobretudo por perseguição humana directa, práticas cinegéticas, envenenamento e pilhagem de ninhos. Por vezes, determinados tipos de perturbações e actividades humanas, resultantes por exemplo da agricultura e a silvicultura, podem afectar a capacidade de acolhimento do meio para esta espécie. Em Portugal apresenta o estatuto de "Em Perigo" no Livro Vermelho de Vertebrados, todavia aparentemente a população nacional encontra-se estável ou com tendência para um ligeiro incremento.


HABITAT

Espécie que essencialmente nidifica em habitats rupícolas (rochosos), no entanto, se estes meios escassearem pode construir os seus ninhos em árvores. Na Península Ibérica aproximadamente 90% dos casais constroem os seus ninhos em meios rupícolas. Pode nidificar desde o nível do mar até altitudes superiores aos 2000 metros. Contudo, na Península prefere claramente as áreas montanhosas e com menor pressão humana.

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