Cuco, o parasita canoro

Alexandre Vaz
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Embora, em muitos locais, seja aguardado ansiosamente como um sinal da chegada da Primavera, o canto do Cuco não é um bom presságio para muitas aves. É que o Cuco é um parasita, que utiliza ninhos alheios para pôr os seus ovos.

IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS

O Cuco-canoro é uma ave pertencente à Ordem dos Cuculiformes e à Família Cuculidae, que tem de comprimento entre 32 e 34 cm, de envergadura entre 55 e 60 cm e que pesa cerca de 100 gramas. A sua silhueta é marcada por uma cauda comprida, com quase metade do comprimento total da ave e por asas estreitas, compridas e pontiagudas. A cabeça é pequena e o bico é curvo. A plumagem do macho e da fêmea é semelhante, com a parte superior, a cabeça e o pescoço cinzentos, e a parte inferior branca com barras pretas ou castanhas, que formam um padrão de riscas transversais. A cauda é mais escura, quase negra, com as extremidades das penas em branco. Mais raramente, as fêmeas ostentam este padrão, mas com uma coloração ruiva. A vocalização característica do Cuco, que originou o seu nome científico e vernáculo, é muitas vezes o sinal mais óbvio da presença da espécie.


DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA

O Cuco-canoro distribui-se desde o Norte de África e Península Ibérica, até à Península de Kamchatka, no extremo oriental da Rússia, passando pelas Ilhas Britânicas, pela Escandinávia, Sibéria, Índia, China, Vietname e Japão. Inverna na África Sub-saariana, no Sul da Índia, no Sudoeste Asiático e nas Filipinas.

Na Europa, a distribuição do Cuco é bastante contínua, ocorrendo em 37 países diferentes, com um efectivo populacional estimado num milhão e meio de indivíduos. As densidades de Cuco estão, aparentemente, bastante relacionadas com as densidades das espécies que parasitam.


ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO

Ainda que à escala europeia a área de distribuição do Cuco se tenha mantido estável ao longo do século XX, pensa-se que devido à destruição do habitat, a população tenha sofrido uma diminuição, em particular durante a década de setenta, nos países Escandinavos, nos estados Bálticos e no Reino Unido. Mesmo assim, esta espécie não se encontra entre as espécies europeias de conservação prioritária, e o seu estatuto de ameaça é considerado Seguro.

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