Floresta e Energias Renováveis

Cristina Pereira
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As energias renováveis são encaradas como decisivas no combate ao efeito de estufa e redução da dependência de fontes energéticas externas. A utilização da biomassa florestal pode dar um contributo relevante na resolução destes problemas.

No final do século XX, o aumento da poluição, o efeito de estufa e a previsível escassez petrolífera levaram a comunidade científica, em primeiro lugar, e depois os governos, a advogarem o uso de energias alternativas.

As energias alternativas, como a solar, a geotérmica, a eólica ou a hídrica, para além de serem ambientalmente favoráreis, são praticamente inesgotáveis. No entanto, os interesses financeiros de alguns grupos económicos, a falta de incentivos para Investigação e Desenvolvimento e a inexistência de tecnologias baratas que permitam a sua utilização em grande escala, levam a que a sua importância no panorama energético internacional seja ainda reduzida.
 
O problema energético europeu

A nível europeu, dados relativos ao ano 2000 apontam para uma dependência energética externa da UE em contínuo aumento. Actualmente, 50% das necessidades energéticas da UE são supridas por produtos importados, maioritariamente do Médio Oriente e da Rússia, e pensa-se que este número poderá aumentar. Esta fraqueza da UE tem tido consequências económico-financeiras evidentes, por exemplo, aquando do forte aumento dos preços do petróleo, em finais do ano 2000.

Em Portugal, os números não são muito diferentes, com o nosso País muito dependente do exterior para o fornecimento de energia. Assim, as importações líquidas de energia têm vindo a aumentar, de 15 501 000 tep em 1990, para 24 118 091 tep em 2000. Registe-se que, em 2000, a produção doméstica nacional foi de 2 426 909 tep, cerca de 10% do total importado. Adicionalmente, o consumidor português ‘gasta’ cada vez mais energia; assim, se em 1990 um português consumia 1,66 tep de energia primária, em 1999 este valor era de 2,35 tep. Outro dado importante é que o nosso país continua a aumentar a sua intensidade energética (consumo de energia por unidade de PIB), contrariamente ao que acontece nos restantes países UE, o que significa que, em média, por cada unidade de PIB produzida em Portugal, gastamos mais energia que os restantes membros da UE.

Energias renováveis: parte da solução

Dada a inexistência de fontes petrolíferas nacionais ou europeias em larga escala, a dependência energética externa, a forte poluição atmosférica provocada pelo uso massivo de combustíveis petrolíferos e, também, os compromissos assumidos no âmbito do Protocolo de Quioto de diminuição da libertação de gases com efeito de estufa (GEE), uma das soluções para o problema passa, inevitavelmente, pelas energias renováveis (ER). Tal como foi referido, estas têm a vantagem de serem inesgotáveis e pouco agressivas para o meio ambiente.

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