Impactes ecológicos das Obras Hidráulicas Transversais e as Passagens para Peixes como medida mitigadora

Paulo Pinheiro
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A entrada em funcionamento das eclusas remonta à década de vinte do século XX, existindo diversos modelos, sendo o de utilização mais frequente denominado de Eclusa de Borland. As eclusa são constituída por duas bacias ou câmaras, uma a jusante do obstáculo a transpor, habitualmente de maiores dimensões, e outra a montante, sendo a comunicação entre elas efectuada por intermédio de uma conduta inclinada, ou alternativamente por um poço vertical. O princípio de funcionamento consiste em elevar o nível da água na câmara onde os peixes são induzidos a entrar, que é periodicamente fechada e após atingir um patamar superior – sensivelmente idêntico ao nível da água a montante –, os liberta com o intuito de poderem nadar livremente para a albufeira. O funcionamento destes dispositivos é baseado num ciclo de quatro períodos distintos: atracção, enchimento, passagem ou saída e esvaziamento. As eclusas são fundamentalmente utilizadas quando se pretende vencer elevados desníveis e onde o escoamento e espaço disponível sejam factores limitantes. Um dos principais inconvenientes reside no facto da capacidade de passagem ser baixa, em virtude do carácter descontínuo do seu funcionamento; estes sistemas apresentam também elevados custos de construção e manutenção, para além da sua concepção ser tecnicamente bastante exigente. Devido à baixa eficiência, as eclusas têm vindo a ser substituídas nos últimos anos, essencialmente por ascensores.

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