Pepinos do mar – um legume ou um animal?

Dora Jesus
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Na verdade, cerca de 14 000 toneladas de holotúrias são descarregadas anualmente, a maioria das quais provenientes dos desembarques japoneses e coreanos de uma única espécie, que para além de pescada é igualmente criada em aquaculturas. As holotúrias constituem a base de uma indústria multi-milionária que processa a parede corporal destes animais e a comercializa.

Nem todas as espécies são comestíveis, e mesmo as que o são precisam de serem anteriormente preparadas.

As holotúrias podem ser consumidas em fresco (cru) ou em seco. Em seco, são conhecidas como Trepang (palavra de origem Malaia) ou Bêche-de-mer (uma adaptação francesa do nosso português bicho-do-mar), sendo considerado uma delícia gastronómica, utilizada em sopas e em pratos especiais. Depois de cozido, apresentam uma textura suave, cartilaginosa, quase transparente, absorvendo todos os sabores dos molhos e dos outros ingredientes.
Como se referiu, um dos motivos pelos quais os asiáticos consomem o Trepang é a crença nas suas propriedades curativas, as holotúrias são utilizadas medicinalmente pelos asiáticos, e em concreto pela medicina tradicional chinesa, no tratamento da artrite, de lesões dos tendões, ligamentos e articulações, em dores e inflamações musculares e no tratamento da hipertensão. Apenas nas últimas décadas do século passado, a medicina ocidental e os cientistas realizaram experiências no sentido de investigar a importância das holotúrias no tratamento da artrite e de outras doenças das articulações.
As holotúrias contêm as vitaminas A, C, algumas do complexo B, e alguns minerais, mas, e de facto, uma das suas mais-valias para os homens é o facto de serem uma fonte de mucopolissacáridos e de substâncias denominadas de GAGs – Glucosaminoglicanas, das quais se destaca o sulfato de condroitina, que é uma combinação de sulfato de glucosamina com açúcares.

A Glucosamina é uma forma de açúcar (amino-açucar) que se crê desempenhar um papel importante na formação e reparação de cartilagens. O sulfato de condroitina é parte de uma grande molécula proteica (proteoglicano) que dá elasticidade à cartilagem.

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