Recifes de coral e suas ameaças

Susana Ribeiro
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Correlacionada com esta teoria está a da agregação de adultos da espécie, que diz que a destruição dos recifes por furacões leva à agregação das estrelas-do-mar, que depois atacam os corais que sobrevivem ao ciclone.

- “El Niño”: é um fenómeno natural que aparece, normalmente, de três em três anos no Pacífico equatorial e que se manifesta através de um aumento da temperatura da água oceânica superficial, ao largo da América Central e do Sul. Estas águas são normalmente frias devido à sua latitude, ao “upwelling” ao longo da costa e também devido à corrente fria do Perú. O “El Niño” de 1982-83 foi talvez o mais forte alguma vez verificado no Pacífico.

Como resultado deste fenómeno, a temperatura oceânica superficial no Pacífico eleva-se até 30-32ºC, cerca de 2-4ºC acima do normal, permanecendo assim durante alguns meses, provocando um desequilíbrio nos ecossistemas, incluindo os recifes de coral.

- Doenças dos corais: a exposição dos corais a doenças foi descoberta por Antonius, em 1973 (in Sorokin, 1993). Mais tarde este autor descreveu quatro tipos de doenças, duas que danificam os corais quando em situação de stress, como o sobreaquecimento ou a poluição - “White bacteriosis” e “Pull-in of polyps” – e as outras duas que se podem manifestar em corais saudáveis - “White band” e “Black band”. A “Black band”, doença causada pela alga filamentosa Phormidium corallicum (Rützler and Santavy, 1983 in Sorokin, 1993) pode, no entanto, ser estimulada por condições de stress (Antonius, 1981, 1984, 1989 in Sorokin, 1993). O agente infeccioso da “White band” é ainda desconhecido, mas supõe-se ser uma bactéria (Peters et al., 1983 in Sorokin, 1993).

Torna-se evidente que as doenças “atacam”, na sua maioria, corais afectados por stress, condição fundamentalmente resultante da actividade humana (Segel and Ducklow, 1982 in Sorokin, 1993). Sob a influência da sedimentação e poluição os corais aumentam a sua excreção de muco, excesso esse que estimula o desenvolvimento de bactérias que, por sua vez, infectam os corais (Mitchell and Chet, 1975 e Garret and Ducklow, 1975 in Sorokin, 1993).

- Impacto antropogénico: A periodicidade dos factores físicos permite a sobrevivência e florescimento dos corais. No entanto, o stress antropogénico é muito mais perigoso para os recifes porque, na maioria dos casos, é permanente, com tendência a aumentar com o tempo (Kinsey, 1988 in Sorokin, 1993).

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