O abandono das salinas

Maria Carlos Reis e Luisa Chaves
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Outra das consequências, que vem agravar a deterioração destes mesmos locais e dificultar a nidificação, é a frequente invasão pela vegetação circundante que, na fase de exploração do sal era controlada com a manutenção da salina.

A caça é uma actividade que se torna frequente nesta situação e que, de modo directo ou por perturbação do sistema, pode ter um importante impacto ecológico. Embora esta seja autorizada nalgumas zonas de marinhas portuguesas, e incida particularmente sobre coelhos e patos, muitas vezes, propositada ou inadvertidamente, são atingidas espécies de aves protegidas. No caso particular das limícolas, embora não sejam alvos preferenciais, podem ser afectadas, já que são afastadas dos seus locais de repouso e alimentação.

As salinas abandonadas, como qualquer outro terreno improdutivo, são muitas vezes utilizadas como locais de vazamento de entulho e desperdícios, pondo em risco a riqueza faunística e o interesse paisagístico do local.

De salientar finalmente que, tal como todas as actividades artesanais, o abandono da actividade salineira constitui uma importante perda a nível cultural, que se tornará irrecuperável se a tendência actual se mantiver.

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