Recifes de Coral, sua História e Evolução

Susana Ribeiro
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Figura 3. Uma anémona do mar acolhe uma colónia de peixes-palhaço (Amphiprion sp.)

Da área total de recifes existente ( m²), 15% estão situados no oceano Atlântico, 53% no sudoeste Asiático, 19% no Pacífico e 9% no Mar Vermelho. No Atlântico, onde existem 10 atóis, do total de 300, e 2 das 30 barreiras de recife, a grande maioria dos recifes localiza-se no Mar das Caraíbas. Entre os maiores sistemas recifais podem salientar-se os recifes barreira de Belize, Madagáscar, Fidji, Nova Caledónia e a grande barreira de recife da Austrália.


História Geológica

A vida coralina nem sempre foi exclusiva dos países tropicais. De facto, já se encontraram corais fósseis (Dolomites), assim como traços de barreiras de coral, que remontam a 500 milhões de anos, em França e Inglaterra.

Entre o início do Câmbrico e meio do Silúrico e Devónico (570-400 milhões de anos), três períodos caracterizaram-se por uma grande expansão mundial dos corais e das grandes plataformas carbonatadas. O aquecimento da água a uma temperatura de 20ºC, desde os 40-45º de latitude Norte e Sul e a elevação do nível do mar tiveram consequências directas no desenvolvimento dos corais, pois o crescimento essencialmente vertical foi indispensável para compensar a subida da água e o aquecimento estimulou o crescimento horizontal, que favoreceu a expansão das barreiras de coral.

O desenvolvimento dos corais atingiu o seu máximo no Paleozóico. No entanto, há cerca de 360 milhões de anos, estes recifes foram reduzidos até praticamente à extinção. Os principais factores responsáveis foram a colisão entre o continente Gonduana e a Euramérica, há cerca de 300-270 milhões de anos, que modificou radicalmente a direcção das correntes marinhas e a temperatura do planeta.

No Mesozóico (260 milhões de anos) dá-se uma nova “produção” de corais. No fim do Terciário, o desmantelamento do mar de Tétis, provocado pela deriva dos continentes, levou ao aparecimento dos oceanos actuais, com importantes consequências na distribuição e evolução dos corais hermatípicos. As principais províncias coralinas, nomeadamente as Caraíbas e a região Indo-Pacífica, remontam ao Pliocénico (5 milhões de anos). Os recifes do oceano Atlântico são geologicamente muito recentes, datando, na sua maioria, da última era glaciar (10-15 mil anos).

 

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