A vegetação ripícola como filtro biológico de nutrientes

Nuno Leitão
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A aplicação de fertilizantes nas culturas conduz, inevitavelmente, a alguma lixiviação dos nutrientes mais móveis, como o azoto e o potássio. Os excessos de fertilização contornam, certamente, a possibilidade de todos os nutrientes aplicados ficarem retidos nas culturas ou adsorvidos nos solos, acabando por ser arrastados pelas águas de escoamento (superficial e subsuperficial), ou associados aos sedimentos que resultam da erosão, até às linhas de água. O azoto é normalmente o nutriente mais arrastado, e com os compostos fosfatados, embora tenham menor mobilidade na água, podem causar significativas nos ecossistemas aquáticos.

 Os habitats dominados pela vegetação ripícola contribuem de forma significativa para a redução do fluxo de nutrientes, especialmente no caso da vegetação arbórea e arbustiva. A actuação do sistema ripícola varia com a densidade das faixas de vegetação, com o estado de desenvolvimento das árvores e arbustos, com a época do ano (devidos às épocas menos activas das plantas) e ainda com a diversidade de plantas (por poderem estar desfasadas na época de actividade de absorção e repouso vegetativo).

Através da absorção radicular (principalmente das árvores e dos arbustos), durante um ano e num hectare, estas plantas chegam a absorver mais de 200 kg de azoto, que incorporam na sua biomassa.

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