Programa de Telemetria por Satélite de Grandes Baleias dos Açores

Rui Prieto – Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores
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Durante a sua passagem pelos Açores estas baleias são muitas vezes vistas a alimentar-se e existe alguma evidência de que possam estar associadas a estruturas topográficas como as encostas submarinas das ilhas e montes submarinos. Durante a Primavera, em coincidência com a passagem destas baleias, há uma explosão de produção primária e secundária, incluindo de organismos que são importantes presas para várias espécies de baleias de barbas. Um destes organismos é o krill do Atlântico Norte, Meganyctiphanes norvegica, um crustáceo altamente calórico que é abundante nos Açores durante a Primavera e que poderá ser uma importante fonte de energia para estas baleias durante a sua migração.

[2] O krill (Meganyctiphanes norvegica) é uma das principais presas de várias espécies de baleias de barbas.

Outra possibilidade intrigante é que o Arquipélago e os seus montes submarinos sirvam como marcos no meio do oceano. A maneira como as baleias conseguem navegar de e para as áreas de alimentação ainda não foi desvendada, mas a presença de estruturas que possam servir de marcos poderá ser importante nessa navegação.  

O Programa de Telemetria por Satélite de Grandes Baleias foi estabelecido pelo Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) e pelo Centro do IMAR da Universidade dos Açores, para obter informação sobre o papel que os Açores desempenham na ecologia dessas baleias e desvendar quais os processos que influenciam os seus movimentos. Este programa de telemetria incide sobre três das espécies de rorquais que normalmente frequentam os Açores: Baleia-azul (Balaenoptera musculus), Baleia-comum (Balaenoptera physalus) e Baleia-sardinheira (Balaenoptera borealis).

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