Laboratório de Paisagem das Furnas: À procura de modelos sustentáveis de gestão do território

Filipa Alves
Imprimir
Texto A A A

O LPF como Modelo para outros Laboratórios de Paisagem

O LPF é uma iniciativa inédita pela sua escala e ambição constituindo, em virtude dos resultados já alcançados, um modelo que pode e deve ser replicado noutras áreas. Neste momento, há planos para criar um projecto semelhante noutra zona da ilha de São Miguel e até noutras ilhas do Arquipélago dos Açores:

O objectivo do LPF é “que as experiências de sucesso aqui testadas sirvam de exemplo para a gestão e alteração do uso do solo de outras áreas”, refere Miguel Ferreira. “Actualmente, estamos a estabelecer uma equipa para dar início a uma intervenção mais proactiva na gestão do Plano de Ordenamento da Bacia Hidrográfica da Lagoa das Sete Cidades, e posteriormente até noutras ilhas, com a implementação dos Planos de Ordenamento das Lagoas existentes nas ilhas do Pico e Flores”.

 

O Futuro do projecto

O LPF é caracterizado por um grande dinamismo que, em boa parte, resulta das numerosas parcerias estabelecidas com grupos/organizações da sociedade, pelo que o futuro do projecto passa por investir na sua multiplicação:

“Gostaríamos de estabelecer novas parcerias que ajudassem na implementação do projecto e contribuíssem para uma colonização da paisagem”, explica Miguel Ferreira. “É importante que haja, cada vez mais, uma vivência da paisagem pelas pessoas, incluindo turistas, de forma a que essas actividades contribuam para a valorização e conservação da paisagem – o Ecoturismo é uma das prioridades”.

Por outro lado, no que diz respeito a novos projectos, Miguel Ferreira afirma que seria desejável “ expandir a intervenção a outros terrenos da Bacia Hidrográfica da Lagoa das Furnas através dos próprios proprietários dos terrenos, para que a Lagoa possa, efectivamente, apresentar resultados de melhoria da qualidade da água em pouco tempo”.

Outra ambição da equipa do LPF é a instalação de “um pequeno Centro de Recuperação/santuário de Animais Selvagens das Furnas, para poder reabilitar alguns dos animais, principalmente as aves de rapina (…) que têm sido alvo de um projecto elaborado por duas estagiárias universitárias”, explica o Gestor do LPF.

Planos futuros adicionais envolvem ainda a elaboração de “folhetos interpretativos para os trilhos, de forma a que quem nos visita fique com uma boa compreensão da paisagem”, refere Miguel Ferreira. “Estes folhetos interpretativos em papel ou formato digital poderiam financiar a manutenção dos próprios trilhos, e [permitir] abrir novos trilhos [já que] pretendemos criar uma verdadeira rede de trilhos multiusos com equipamentos de apoio”.

E o responsável do LPF conclui “Os planos e intenções são muitos e a níveis muito diferentes, pois este é um projecto vivo”.

 

NOTA: Os resultados alcançados pelo LPF já lhe valeram a atribuição do Prémio Nacional de Paisagem 2012 e a consequente nomeação para a 3ª Edição do Prémio de Paisagem do Conselho da Europa. Apesar de não ter recebido a distinção internacional, o comité responsável pela selecção reconheceu “grande valor” ao projecto, que foi convidado a participar na 14ª reunião do Concelho da Europa com o Workshop sobre a Implementação da Convenção Europeia da Paisagem.

Aceder ao website oficial do Laboratório de Paisagem das Furnas

Comentários

Newsletter