Rio da Cal - esgoto ou paraíso?

Maria João Carvalho e Maria das Mercês Silva e Sousa - sócias fundadoras da NOSTRUM – Associação de Defesa do Património Ambiental
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Conta-se aqui a história contemporânea do Rio da Cal, que nasce próximo das Caldas da Rainha e desagua na Lagoa de Óbidos. Poluído e muito degradado na maior parte do seu curso, nele ainda encontramos troços de esperança que urge conservar.

Era uma vez um rio!

Chamaram-lhe da Cal mas também tem outros nomes, menos simpáticos e alusivos da muita poluição que ele transporta. Como se sabe os rios nem sempre nascem num único ponto e o Cal é um desses casos: tem dois braços bem conhecidos da população local que lhes chamam respectivamente, “Rio do Mijo” e “Rio da Merda”. Os que preferem um nome menos agressivo, chamam-lhe simplesmente “Rio Sujo”. Um vem da zona de Gaeiras, localidade imediatamente a Sul de Caldas da Rainha e o seu afluente igualmente sujo vem do Belo Ver, na zona Este da mesma cidade.

No Belo Ver o rio ainda incipiente, encaixa numa zona de terrenos principalmente agricultados, vindo de uma pequena mancha de arvoredo que ocupa a colina onde ele nasce. É um riozito triste e pobre, onde a vegetação riparia foi arrancada e substituída por terrenos lavrados, castanhos e despidos. Tem uma pequena represa e a sua água é desviada para um reservatório. No entanto, a água é ainda límpida e aparece aqui e ali alguma vegetação que teima em ressurgir depois dos ataques da enxada.

À saída de Caldas da Rainha e perto do edifício da EDP e da Escola de Sargentos do Exército, podemos encontrá-lo vindo das Gaeiras, já bastante sujo, embora mantenha alguma da vegetação riparia que o deveria caracterizar em todo o seu percurso. Mas como esperar outra coisa se está já em plena área urbana?

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