c) A Agricultura Biológica em Portugal
As estatísticas da Agricultura Biológica em Portugal disponibilizadas pelo Ministério da Agricultura revelam que, ao contrário do que se verificou na Europa e no mundo em geral, se assistiu, a nível nacional, a um retrocesso do setor nos últimos anos, que é visível tanto na redução do número de produtores agrícolas que a praticam, bem como a área de cultivos que representam entre 2007 e 2009.
Com efeito, os dados oficiais da administração central revelam que, em 2009, eram 1651 produtores que praticavam Agricultura Biológica, o que representa um decréscimo relativamente a 2008, ano em que foram contabilizados 1902 produtores que, por sua vez eram já menos do que em 2007, em número de 1949.
De forma semelhante, de 2007 para 2009 assistiu-se a uma diminuição da área agrícola dedicada à Agricultura Biológica que passou de 233 475 hectares para 214 442 hectares em 2008 e 157 179 hectares em 2009.
Este período de regressão do número de produtores e da área de Agricultura Biológica, acontece após um período de estagnação (2005-2006), que tinha sido antecedido por um período de crescimento desde que há registos (1994) – a exceção é o período 1999-2000 em que se assistiu também a uma estagnação.
A INTERBIO – Associação Interprofissional para a Agricultura Biológica identifica acontecimentos-chave para interpretação destas estatísticas: o primeiro foi a interrupção dos apoios (através da medidas agroambientais) à Agricultura Biológica no ano 2000; e o segundo foi aparecimento dos apoios para a produção integrada, em 2007 que motivou, logo nesse ano, a transferência inúmeros produtores para o sistema de produção integrada, movimento que se acentuou nos dois anos seguintes.
No que diz respeito à importância dos diferentes tipos de culturas observa-se uma importante variação desde 1994 a 2009 como se pode constatar no gráfico seguinte:
No fim do período considerado (2009) verifica-se um claro predomínio das pastagens que ocupam 72% da área dedicada à Agricultura Biológica. O cultivo que, a seguir, regista uma maior representatividade é o olival (9%), seguido das plantas aromáticas (7%), das culturas arvenses e dos frutos secos (4% em cada caso), do pousio (2%), da vinha e da fruticultura (1% em cada caso), não chegando a horticultura a ocupar 1% dos terrenos onde se pratica Agricultura Biológica.
Fontes: INTERBIO – Política Nacional para a Agricultura Biológica, FiBL – IFOAM, extension.agron.iastate.edu
*Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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