Certificação Florestal

Nuno Cruz António
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A certificação é um instrumento de mercado voluntário que visa constituir um incentivo para uma Silvicultura sustentada. Procura-se comparar a gestão florestal com um referencial que se acredita representar as expectativas da sociedade.

A depauperação dos recursos naturais do nosso planeta, devido a sobrexploração ou uso desadequado, tem vindo, nas últimas décadas, a tornar-se uma preocupação crescente. A elevada intensidade de exploração de alguns recursos e a sua consequente escassez têm muitas vezes causado alterações no meio ambiente sentidas pela população que vê a sua qualidade de vida diminuída.

A sobrexploração é também um fenómeno que se verifica para os recursos produzidos pelas florestas. A redução da área florestal do planeta, sobretudo nas latitudes mais baixas, é hoje conhecida sendo objecto de diversas acções a diferentes níveis (governamental, sociedade civil) visando a sua regulamentação para uma adequada gestão. A Cimeira da Terra, decorrida no Rio de Janeiro em 1992, constitui um ponto-chave na expansão deste debate para uma escala planetária. Estas preocupações que, inicialmente, se encontravam centradas nas florestas húmidas e tropicais estão actualmente no centro das atenções também nas zonas temperadas e boreais. 

As tentativas de resolução deste problema têm surgido de diferentes formas como, por exemplo, alterações das políticas nacionais, instituição de acordos internacionais, iniciativas da sociedade civil e instrumentos de mercado. É com base nesta última que, no início dos anos 90, alguns grupos criam um instrumento baseado no Mercado: a Certificação da Gestão Florestal Sustentável (GFS), tendo como fim constituir um incentivo positivo para uma Silvicultura sustentada. O estudo e operacionalização deste instrumento tem vindo a tornar-se realidade num conjunto cada vez maior de países.


O que significa gerir uma floresta de forma sustentável ?

Gerir a floresta de forma sustentável significa que se exploram os seus recursos mantendo a sua produtividade, diversidade biológica, capacidade regenerativa e vitalidade. Significa ainda que se mantêm a sua capacidade de satisfazer, no presente e no futuro, as necessárias funções ecológicas, económicas e sociais, a nível local, nacional ou mundial; de forma a não causarem prejuízo a outros ecossistemas (FAIR CT97-3856, 2000). 
 
 
 

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