A Eco-escola na promoção da Educação Ambiental

Tiago Teles Pereira
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Perante o contexto de crise ambiental global, a Educação Ambiental assume-se como tema fundamental na informação e alteração de comportamentos societários, como é possível verificar em programas e acções como a Agenda XXI Local e as Eco-escolas.

 

1. Introdução – Educação Ambiental: que papel?

Os primeiros anos do séc. XXI têm vindo a assinalar um grande debate em torno dos conceitos e metodologias utilizados pela Educação Ambiental, debate esse que tem sido alheio à própria comunidade que está ligada a este ramo da área ambiental (Pablo Cartea, 2005). Fala-se, agora, na reformulação do antigo conceito para passar a ser designado por Educação para o Desenvolvimento Sustentável e questionam-se os conteúdos programáticos utilizados durante os últimos anos do séc. XX, numa altura em que as Nações Unidas promovem a Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014). Qualquer que sejam os conceitos e métodos que acabem por vingar no futuro, a Educação Ambiental – utilizemos, por enquanto, esta designação – tem vindo a pautar um grande conjunto de intervenções. Vejam-se, como exemplo, os planos de acção das Agendas XXI a nível local, onde um dos mais comuns sectores estratégicos de intervenção está ligado à implementação de medidas que visem directamente a sensibilização e formação das populações e agentes locais na área do ambiente.

Como forma de compreender o papel desempenhado pela Educação Ambiental na sociedade, importa distingui-la da vertente de Sensibilização Ambiental, como referido no artigo Sensibilização Ambiental – importância e relação com a Gestão Ambiental de Rita Teixeira d’Azevedo, no portal Naturlink. Com efeito, a experiência demonstra que a sensibilização visa uma abordagem inicial e informação da sociedade para as problemáticas existentes, enquanto a Educação Ambiental surgirá, numa fase posterior, como continuação da sensibilização e com o objectivo de motivar atitudes participativas e a adopção de comportamentos sustentáveis. Trata-se, sem dúvida, de um importante instrumento com capacidade de consciencialização e mobilização da sociedade e do cidadão comum para a conservação e preservação do meio ambiente, a par do trabalho desenvolvido pelo engenheiro ou por um investigador ambiental. 
 
2. O Programa Eco-escolas

O ano de 2006 assinalou a primeira década de implementação do Programa Eco-escolas em Portugal, contando com a adesão de um crescente número de estabelecimentos de ensino e municípios. Seguindo um método de participação e discussão em tudo semelhante às Agendas XXI, as Eco-escolas visam fomentar, com enfoque especial no ensino básico, uma mobilização dos alunos para as temáticas ambientais e para a adopção de comportamentos activos, que se manifestem noutras comunidades como a família ou o meio urbano/rural no qual estão inseridos.

Para a execução do programa é seguida uma organização e metodologia faseadas, após a apresentação da candidatura do estabelecimento de ensino ao programa:

• Formação de um conselho de coordenação do programa nas escolas, que prepara e acompanha de perto as actividades, além de colaborar directamente com os municípios e distintas stakeholders locais (pessoas ou organizações – neste caso de âmbito local - interessadas no apoio das Eco-escolas e suas actividades). A coordenação escolar deverá colaborar em permanência com os operadores nacionais do programa, respeitando a componente democrática e de diálogo que rege a Eco-escola. O mesmo conselho escolar poderá estar apenas constituído por um único professor ou por um conjunto de docentes.

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