A Comida, as Compras e a Engenharia Genética

Margarida Silva - Plataforma Transgénicos Fora do Prato
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A rotulagem, tal como está legislada a nível europeu, só se aplica aos produtos vegetais directamente adquiridos pelo consumidor. Por exemplo: se comprarmos Corn Flakes transgénicos no supermercado a embalagem tem de indicar a presença de milho geneticamente modificado. Mas se os mesmos Corn Flakes forem comidos no restaurante de um hotel ou numa cantina, o consumidor já não tem acesso a qualquer informação. Absurdo? Pois é.

A pouca rotulagem existente apresenta um pecado adicional: quando a lista de ingredientes não refere matérias geneticamente modificadas, isso não equivale a 0% de OGM. Por muito que seja essa a interpretação normal dos consumidores, na verdade é permitida a presença de contaminação até aos 0,9%. Ou seja, na verdade os consumidores estão a ser convidados a escolher... entre produtos muito ou pouco contaminados.

Esta contaminação “aceitável” ou “inevitável” é um sintoma de um dos males piores dos OGM: são incontroláveis. Contaminam, espalham-se, inviabilizam outras formas de produção - é uma tecnologia de má qualidade! Infelizmente, reconhecendo a inevitabilidade e a irreversibilidade da contaminação por OGM, os poderes europeus optaram por a aceitar e legalizar, em vez de a proibir até que se demonstrasse a viabilidade de uma segregação permanente.

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