As novas metas climáticas e energéticas para a Europa relativas ao período 2020-2030 mostram uma liderança sem noção da realidade climática, disse hoje a diretora do programa da Energia e Clima da WWF, Samantha Smith.
"A realidade é que as alterações climáticas já estão a ameaçar as pessoas e a natureza. No entanto, na escala de ambição que precisamos para enfrentar as mudanças climáticas estão a faltar metas para a redução das emissões e para a produção de energia renovável, segundo o que foi anunciado hoje pelo Conselho da UE. Ainda estamos à espera dos objetivos para combater a poluição, o desinvestimento em combustíveis fósseis e a aposta numa economia renovável, para garantir um futuro eficiente", afirmou.
"O mundo só experimentou um dos mais quentes meses de que há memória. Ondas de calor extremo e inundações são agora as marcas das estações europeias. Países em desenvolvimento já enfrentam graves impactos graças às alterações climáticas. Portanto, o pior ainda está para vir.”
"Esta é a realidade climática e a última oportunidade para que os governos atuem de forma drástica e a UE falhou com os seus cidadãos e com os cidadãos do mundo ao ceder a interesses escusos e políticos. Podemos apenas esperar que os líderes europeus estejam à altura do desafio quando, em 2015, apresentarem os objetivos da UE para reduzir a poluição nas negociações globais para um acordo climático ", diz Smith.
"Mas o que faz este pacote ainda mais fraco é que objetivos ambiciosos para o clima e para a energia teriam enormes benefícios para os cidadãos da UE - menos poluição, melhor saúde e menos mortes prematuras, bem como novas oportunidades de trabalho mais seguro e independência energética. A UE perdeu uma grande oportunidade de recuperar a sua posição de liderança global e definir o ritmo para um novo acordo climático global em Paris, em dezembro de 2015".
"Os líderes europeus estão a sacrificar o nosso futuro no altar da política, e os próximos meses serão cruciais para evitar as piores implicações desta decisão", disse o diretor de política climática e energética para a EU da WWF, Jason Anderson. "A União Europeia terá que rever as suas metas, como está a pedir a outros países da ONU para fazerem. Os Estados-Membros que veem os benefícios da ação climática vão tentar preencher o vazio com a política nacional, mas a ação será fragmentada, e uma resposta política por parte da UE será necessária. “
*Escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico
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