Abutre-preto volta a nidificar em Portugal

Quercus (31-10-2011)
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"Idanha" é a terceira cria de abutre-preto nascida em território nacional nos últimos 40 anos e já começou a fazer voos para fora da colónia onde nasceu.

O Abutre-preto extinguiu-se como nidificante em Portugal no início da década de 70, devido à perseguição que foi alvo e ao uso de venenos. A destruição de habitat de nidificação também deverá ter contribuído para a sua extinção em Portugal. No entanto, a espécie manteve-se presente na faixa fronteiriça das regiões centro e sul com indivíduos provenientes de Espanha onde existe uma população de 1845 casais. A espécie voltou a nidificar em Portugal com sucesso em 2010. Actualmente a espécie nidifica apenas num único local em Portugal, no Tejo Internacional.

Este ano a colónia mantêm-se com três casais, sendo que apenas em dois deles foi possível confirmar a sua nidificação. Os abutres estão a nidificar numa zona de caça, provando que e possível compatibilizar a Caça com a Conservação da Natureza, quando a lei e as boas práticas de gestão cinegética são aplicadas.

Dos dois casais confirmados um dos ninhos caiu no inicio da época de reprodução, tendo perdido a postura. O outro casal, a nidificar numa plataforma ninho construída no ano passado, conseguiu realizar a postura e incubação com sucesso, tendo nascido uma cria em Abril. Esta cria, a terceira cria de abutre negro nascida em território nacional nos últimos 40 anos, foi “baptizada” com o nome Idanha em homenagem ao concelho onde nasceu.

Actualmente as principais ameaças á conservação desta espécie são o uso ilegal de venenos, a perturbação durante o período reprodutor nas zonas de nidificação e a redução de alimento disponível nos campos. Depois do surto de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB, mais conhecida como doença das vacas loucas), a EU criou um conjunto de novas normas sanitárias que tornou quase impossível aos criadores de gado manterem carcaças no campo, ao alcance dos necrófagos. Esta situação traduziu-se numa redução drástica do alimento disponível para os abutres, com consequências potencialmente graves para esta espécie ameaçada.

Nesta área do Tejo Internacional a Quercus está a implementar diversas acções de conservação, dirigidas ao abutre-preto e outras espécies em perigo, de forma a eliminar ou minimizar os factores de ameaça. Foi criada uma equipa de vigilância e assistência veterinária com o objectivo de permitir que a colónia se mantenha e possa aumentar. Actualmente a Quercus está seguir três Abutres-pretos via satélite, de forma a conhecer melhor a ecologia da espécie e monitorizar os seus movimentos diários. Está também a implementar diversas acções de conservação contra o uso ilegal de venenos através Projecto LIFE - Inovação contra envenenamentos e a disponibilizar regularmente alimento em dois Alimentadores de Abutres.

Fonte: http://www.ceai.pt e www.quercus.pt

Leituras adicionais:

Abutre-preto: instalação de ninhos artificiais já teve início em Barrancos

Abutres: Aves da Morte

 

 

 

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