Bisontes Europeus silvestres regressam à Península Ibérica depois de 1000 anos de ausência

Filipa Alves (24-06-10)
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Sete animais provenientes de bosques polacos chegaram no início deste mês a Palência, na cordilheira Cantábrica, no âmbito dos esforços de conservação da espécie que procuram evitar a extinção do maior herbívoro da Europa.

O bisonte europeu, Bison bonasus, é o maior herbívoro do continente europeu. Trata-se de uma espécie classificada como “Vulnerável” na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da UICN, estatuto que adquiriu em 2008 quando a classificação de “Em Perigo” foi revista.

A espécie esteve presente historicamente no Cáucaso, Sudeste, Centro e Oeste do continente Europeu, inclusive na Península Ibérica. No entanto, como consequência da sobrecaça o bisonte europeu extinguiu-se localmente na Ibéria no século XI, tendo persistido no Centro e Este da Europa até que, em 1919 e 1927 as duas últimas populações silvestres foram dizimadas.

A espécie ficou então reduzida aos exemplares mantidos em jardins zoológicos espalhados por todo o mundo, que permitiram fundar um programa de reprodução em cativeiro com o objectivo de devolver o bisonte europeu aos seus domínios silvestres históricos e salvar a espécie da extinção.

Actualmente e depois de anos de esforços de reintrodução a espécie ocorre em regime liberdade e semi-liberdade em países como a Polónia, a Lituânia, a Bielorrússia, a Rússia, a Ucrânia e a Eslováquia e desde, o princípio deste mês, em Espanha.

Com efeito, no âmbito dos esforços de conservação da espécie 7 animais silvestres – 2 machos e 5 fêmeas - provenientes dos bosques polacos de Bialowieza e Pszczynab foram reintroduzidos numa área de 20 hectares no município de Palência, na cordilheira Cantábrica, no “Centro de Conservación del Bisonte Europeo en España”.

Passados 1000 anos regressam assim à Península Ibérica os bisontes europeus silvestres. Embora se trate de um projecto que pretende contribuir salvar a espécie da extinção a iniciativa trará múltiplos benefícios à comunidade que os acolhe.

Com efeito, a presença dos emblemáticos animais pode permitir a implementação projectos turísticos dinamizando a economia da região e evitando o êxodo rural. Por outro lado, os animais podem ser uma ajuda preciosa na prevenção de incêndios, eliminando naturalmente o excesso de material combustível nos bosques em que habitam.

Fontes: www.elpais.com , www.escapadarural.comwww.iucnredlist.org

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