Temperaturas recorde: 2011-2015 foi o período de cinco anos e 2015 deverá ser o ano mais quentes registados

Filipa Alves (26-11-2015)
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2011-2015 foi o período de cinco anos e 2015 deverá ser o ano mais quentes de que há registo a nível mundial, revelou a Organização Meteorológica Mundial ontem, em Bruxelas. As temperaturas recorde são o resultado da combinação do aquecimento global causado pela ação humana e, no segundo caso, de um El Niño intenso.

De acordo com a análise da organização das Nações Unidas, a temperatura média da superfície dos oceanos deverá, em 2015, ser mais do que 1 grau Célsius acima da era pré-industrial e a temperatura da superfície terrestre será, muito provavelmente, uma das mais elevadas desde que se iniciaram os registos.

Adicionalmente, os dados preliminares indicam que a temperatura média global dos últimos cinco anos foi 0,57 graus Célsius acima do período de referência de 1961-1990, registando máximos continentais na Ásia, Europa, América do Sul, Oceânia e América do Norte.

Os resultados não são uma surpresa já que a mesma instituição tinha, em fevereiro passado, anunciado que 14 dos 15 anos mais quentes registados aconteceram no século XXI, observando-se uma tendência global de subida da temperatura, e que 2014 tinha sido o ano mais quente registado, embora a diferença relativamente aos máximos anuais mais elevados anteriormente (2005 e 2010) fosse mínima e inferior à margem de incerteza.

Por outro lado, em maio, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA anunciou que a concentração atmosférica de CO2 a nível global superou, pela primeira vez em março, as 400 partes por milhão, o valor máximo que permitiria evitar que a subida da temperatura global não superasse 2-2,4 graus Célsius.

As conclusões do relatório divulgadas agora, coincidindo com os últimos preparativos da Cimeira do Clima de Paris, em que se deverá adotar o acordo que sucederá ao Protocolo de Quioto, vem assim reforçar a pressão sobre os líderes mundiais que se reunirão na capital francesa.

Michel Jarraud, secretário-geral da Organização Meteológica Mundial explica porquê: “As emissões de gases com efeito de estufa que estão na origem das alterações climáticas podem ser controladas [e] nós temos o conhecimento e as ferramentas para agir. Nós podemos escolher [mas] as próximas gerações não poderão”.

Fontes: Guardian e World Meteorological Organization 

*Escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

Leituras Adicionais

NOAA: Concentração atmosférica global de CO2 ultrapassa pela primeira vez marco de 400 ppm

ONU: Os 14 primeiros anos do século XXI estão entre os 15 mais quentes registados

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