Estudo: Duas espécies de zooplâncton quase que voam para fugir aos predadores

Filipa Alves (21-03-2012)
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Os copépodes em causa são capazes de saltos que os fazem percorrer no ar distâncias significativamente maiores do que dentro de água, uma estratégia de fuga eficaz que explica por que razão, apesar de serem conspícuos e serem presa de inúmeros peixes, continuam a ser abundantes, revela um trabalho de investigação recentemente publicado na revista Proceedings of the Royal Society B..

Cientistas americanos publicaram recentemente na revista Proceedings of the Royal Academy B. um estudo que revela que os copépodes, pequenos organismos que fazem parte do plâncton, são capazes de dar saltos verdadeiramente surpreendentes tendo em conta o seu tamanho, que quase os parecem fazer “voar”.

Os copépodes são diminutos animais, alguns parecidos com camarões, que vivem próximo da superfície e que constituem uma presa para as mais variadas espécies de peixes mas certas espécies têm “na manga” um truque para escapar que confunde os seus predadores.

Com efeito, biólogos marinhos da Universidade do Texas, em Austin, identificaram duas espécies “saltadoras” deste diminutos crustáceos – Anamalocera ornata e Labidocera aestiva tendo filmado o seu invulgar comportamento in situ e em laboratório.

Os resultados revelaram que estes pequenos crustáceos praticamente voam quando se aproximam predadores, ao propulsionar-se movendo os seus 5 pares de patas de uma só vez, de tal forma que emergem e se elevam no ar indo “aterrar” num local seguro a uma distância de várias vezes o seu tamanho.

Este comportamento é muito dispendioso do ponto de vista energético já que gastam 88% da sua energia cinética inicial. No entanto, devido à baixa densidade do ar, a distância coberta uma vez no ar várias vezes maior do que seria dentro de água, pelo que se trata de um mecanismo de fuga mais eficaz.

Os autores do artigo sugerem que este inusual comportamento evoluiu nestas espécies de crustáceos, porque, ao serem relativamente grandes em relação a outros animais do mesmo tipo tornam-se mais conspícuos.

Este comportamento permite perceber porquê, apesar de serem tão facilmente localizáveis e presa de uma grande diversidade tão grande de peixes, estes organismos conseguem ser relativamente abundantes.

Aceda ao artigo científico ou ao seu resumo gratuito aqui  
 
Fontes: news.sciencemag.org e rspb.royalsocietypublishing.org

*Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

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