Lançamos no Dia Mundial do Ambiente uma campanha de informação e de intervenção sobre fogos florestais. Leia o conjunto de artigos que colocámos on-line, participe no fórum e no chat e recupere floresta queimada clicando.
Habituamo-nos a tudo. Por mais nefasto que seja o hábito, a repetição tem uma espécie de efeito sedativo sobre a acção.
Começa a aquecer, começa a praia, as férias e os incêndios. As notícias sobre os fogos são um contraponto desagradável ao ambiente de descontracção generalizado que se vive nos meses de Verão. Passa o Verão, passa a preocupação, e até para o ano, se não for antes.
Não são de hoje os esforços para melhorar a detecção e o combate ao fogo. Contudo, os efeitos dos incêndios parecem depender muito mais do evoluir das condições atmosféricas, respondendo menos do que seria desejável ao investimento em detecção e combate. Talvez o tal efeito sedativo nos leve a não perguntar mais vezes porquê.
É necessário conhecer melhor a floresta Portuguesa para responder à pergunta. A sensação desgradável provocada pelas notícias do fogo deverá ser transformada num estímulo para melhor entender o problema.
Os incêndios são um problema ambiental grave, incidindo em coisas tão importantes como a emissão de gases que provocam efeito de estufa, na conservação dos solos e na conservação da biodiversidade. Os portugueses são sensíveis a estas questões, veja-se o caso da co-incineração. O facto do problema nos interessar é também um estímulo para melhor o entender.
A NaturLink lança hoje uma campanha, que durará até ao fim do Verão, destinada a fornecer informação sobre múltiplos aspectos do problema dos incêndios. Prestaremos particular atenção à relação existente entre as características dos espaços florestais portugueses e a incidência do fogo.
Com esta campanha, vamos procurar clarificar até que ponto é que o problema dos incêndios é um problema estrutural, com resolução no longo prazo, e de que forma a política florestal responde a essa necessidade.
Clarificar quer dizer também que a informação tem de chegar a todos. Procuraremos ser claros, pedindo ajuda a todos aqueles que em Portugal reflectem sobre este problema.
Uma das vantagens da internet é que podemos conversar com facilidade. Ficamos à espera da vossa intervenção. Discutir ideias também apaga os fogos.
Lançamos esta campanha com um Fórum sobre esta questão, enquadrado por entrevistas ao Engº Carlos Morais, Director-Geral das Florestas, ao Prof. Francisco Rego, Professor do Instituto Superior de Agronomia, e ao Engº João Soares, Director Florestal da Soporcel, um artigo sobre o
Projecto Águia, projecto de detecção remota de fogos florestais realizado sob orientação do Prof. Domingos Xavier Viegas da Universidade de Coimbra e um Chat, com a participação de técnicos da Direcção-Geral de Florestas, que estarão na sala de chat do nosso portal entre as 10 e as 12h de segunda-feira dia 5 de Junho.
Contamos com a sua participação!