Estudo Etnobotânico no Parque Natural da Serra de S. Mamede

Joana Rodrigues
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As entrevistas etnobotânicas decorreram sob a forma de conversa informal (sem inquérito mas com um guião mental pré-definido) com o intuito de estabelecer com a pessoa entrevistada (“informante”) uma relação de proximidade e uma soltura na conversa, de modo a que o informante não se sentisse como num interrogatório mas pelo contrário se sentisse como um professor que ensina os seus conhecimentos com entusiasmo. Em cada entrevista recolheram-se os conhecimentos de um (ou por vezes mais de um) informante e compreendeu geralmente mais de uma visita ao mesmo. As visitas posteriores permitiram enriquecer a recolha de informação (já que de uma primeira vez o informante geralmente não conta tudo o que sabe, quer seja por desconfiança ou por se sentir pouco à vontade, quer seja por esquecimento), tirar dúvidas e fazer passeios aos campos ou hortas com os informantes, de modo a identificar as espécies que cada um referia com úteis. Este último método é indispensável num estudo etnobotânico já que, como é obvio, as pessoas referem-se às plantas pelos seus nomes vulgares, podendo estes variar dentro da mesma região ou ao longo do território português, sendo, deste modo, imprescindível uma correcta confirmação das plantas referidas e das espécies científicas correspondentes.

 

 

Fig. 3 - Olea europea (Oliveira)

 

 

Ao todo foram elaboradas 37 entrevistas etnobotânicas, nas quais se recolheram usos de 165 espécies diferentes. Destas, 150 foram referidas como possuindo aplicações medicinais, aromáticas ou condimentares (PAM – plantas aromáticas e medicinais), e as restantes 15 foram ainda mencionadas como usadas para outros fins, apesar do tema da investigação incidir nas PAM.

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