Picadas e mordeduras de animais - como prevenir e tratar

Jorge Nunes (texto e fotografia)
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 A picada da abelha provoca uma dor intensa e leva à formação de um pequeno inchaço branco rodeado por uma zona avermelhada, que poderá evoluir para um edema local. Estes sinais vão-se desvanecendo um ou dois dias após a picada. No caso da vítima ser alérgica, a picada pode desencadear a acentuação da reacção local e reacções sistémicas graves, tais como: urticária generalizada, reacção asmática ou choque anafilático. As picadas de abelha na boca ou vias respiratórias superiores constituem sempre motivo de preocupação e de emergência médico-cirúrgica, devido ao facto do edema local poder obstruir as vias respiratórias e provocar asfixia.

 O tratamento de uma picada de abelha deve começar sempre por retirar o ferrão para evitar que ele continue a injectar o veneno. Deve seguir-se a desinfecção com um anti séptico, o controlo da dor com aplicação local de gelo e de compressas humedecidas de bicarbonato ou amónia para neutralizar o veneno de características ácidas. Por último, como terapêutica utilizam-se analgésicos e anti-histamínicos. As situações alérgicas e as picadas múltiplas devem ser sempre sujeitas a assistência médica.

 As vespas distinguem-se com facilidade da abelha devido à cor amarelada e às suas manchas negras nos segmentos abdominais da maioria das espécies. A vespa possui um ferrão sem farpelas pelo que não fica preso à vítima, o que lhe permite infligir picadas múltiplas. O veneno da vespa é diferente do de abelha e devido ao facto do ferrão não ficar na ferida é inoculado em pequena quantidade. No entanto, a picada de vespa pode originar infecções com mais facilidade, uma vez que o ferrão pode transportar agentes infecciosos em virtude das vespas se alimentarem de cadáveres em decomposição.

 A picada da vespa provoca dor intensa e origina edema e inflamação local que, se não forem tratados, podem persistir até 15 dias. O tratamento é similar ao da picada de abelha com duas pequenas diferenças: não é necessário retirar o ferrão e devido ao seu veneno ter características alcalinas, as compressas de bicarbonato são contra-indicadas, devendo ser substituídas por compressas embebidas em vinagre ou sumo de limão.

 

Uma simples picada de vespa ou abelha, para além da dor que provoca, pode acarretar também choque anafilático. Por este facto, as pessoas que possuem antecedentes alérgicos devem munir-se de “primeiros socorros” prescritos pelo médico e devem trazê-los sempre consigo, uma vez que a picada de um singela abelha ou de uma vespa pode acontecer nos locais mais inusitados.

 A ordem dos Dípteros (insectos que possuem um par de asas membranosas) inclui as moscas, os mosquitos e as melgas. As picadas de dípteros têm grande importância médica, não tanto pelas suas consequências directas, mas sobretudo pela possibilidade de transmissão de agentes infecciosos de que estes insectos possam ser vectores. Tendo em conta que os seus hábitos hematófagos tornam as suas picadas bastante frequentes é reconfortante saber que na nossa latitude a transmissão de doenças não é um problema. Geralmente as picadas das moscas e afins provocam apenas dor, podendo em alguns casos provocar inflamação local com formação de inchaço avermelhado e prurido intenso.

O tratamento das picadas de dípteros é relativamente simples uma vez que as suas consequências são limitadas e evoluem geralmente de forma rápida e favorável. A aplicação local de gelo, a lavagem com água corrente e a aplicação de uma loção calmante permitem diminuir a dor. Contudo, o melhor método para evitar as picadas consiste em utilizar cremes repelentes ou nebulizações das casas com insecticidas.

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