Matos Mediterrânicos

Nuno Leitão
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No Mediterrâneo, ao longo de séculos os bosques primitivos foram sendo arroteados e convertidos em sistemas agrícolas e de pastoreio. Devido a estas actividades, as florestas primitivas não se encontram normalmente preservadas e estes matos, ou etapas de substituição, muitas vezes não poderão evoluir para o seu clímax local potencial, principalmente devido às limitações do solo. As desmatações e as mobilizações sucessivas do solo levaram em muitos casos à decapitação dos solos e ao abandono agrícola (também consequente da degradação dos solos), e assim, criaram condições para a instalação de carácter permanente dos matorrais.

Os matos são por vezes formações pobres, que apesar de terem a capacidade de recuperar espontaneamente quando cessa a intervenção humana, estagnam com as mesmas comunidades devido as adversas condições do meio, onde apenas as espécies destes matos subsistem. Assim deparamos com uma dualidade nesta questão: a intervenção e a não intervenção do Homem. A história do uso do solo num dado local tem um papel fulcral na criação das condições para a invasão dos matos, mas devido à degradação do meio e apesar dos inúmeros percursos de sucessão possíveis na região mediterrânica, na maior parte dos casos nunca os matos evoluirão para uma verdadeira floresta, como já terá existido, sem uma séria intervenção do Homem, isto sem referir o ritmo a que a sucessão natural se processaria.

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