Os Texugos do Mundo: nove espécies, um nome

Miguel Rosalino e Filipa Loureiro
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O termo “Texugo” designa diversas espécies semelhantes, que vivem em habitats tão distintos como os desertos da América do Norte, as savanas africanas, as florestas temperadas europeias e as florestas tropicais do Sudeste Asiático.

 

A designação “texugo” é usada para denominar uma variedade de predadores da Família Mustelidae, que habitam quatro continentes: Ásia, Europa, América e África. No mundo existem nove espécies diferentes de texugos (oito pertencem à sub-família Melinae, que são considerados os “verdadeiros” texugos, e uma à sub-família Mellivorinae). Apesar da sua aparência ser por vezes muito diferente, estes carnívoros apresentam similaridades estruturais, comportamentais e ecológicas. Os texugos são mamíferos de tamanho médio, com um corpo entroncado, uma cabeça pequena e um pescoço reduzido e espesso. A cauda é em geral curta e o focinho é alongado. Numerosas espécies cavam uma elaborada rede de tocas, utilizando as patas da frente, que possuem garras não retrácteis relativamente bem desenvolvidas. Estas tocas, além de lhes fornecerem segurança, protegem-nos do frio durante os Invernos longos, especialmente aos que habitam zonas mais setentrionais. A maior parte das espécies são nocturnas e a sua visão é portanto relativamente fraca, sendo os olhos reduzidos e pouco visíveis. Pelo contrário, o olfacto está bem desenvolvido. Tal como em todos os mustelídeos, as glândulas anais são bem desenvolvidas e produzem secreções de odor intenso, que servem como veículo de comunicação olfactiva.


Meles meles

O registo fóssil indicia que este grupo de mustelídeos evoluiu a partir de ancestrais semelhantes a martas e fuinhas (Gén. Martes), que no Terciário (há 65 – 2 milhões de anos) diferenciaram-se, apresentando uma evolução na dentição em direcção à omnivoria (importância crescente dos dentes tuberculados atrás das mandíbulas e redução dos dentes carniceiros cortantes). No começo do Pleistocénico (a partir de 1,8 milhões de anos) a Europa assistiu ao aparecimento de texugos semelhantes às espécies actuais, vindos da Ásia, havendo numerosos restos fósseis de animais deste período (e.g. Meles thorali).

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