Littorina saxatilis um exemplo de polimorfismo

Susana Ribeiro
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A Littorina saxatilis é um excelente modelo biológico. A incrível variabilidade morfológica da concha tem sido alvo de inúmeros estudos, que pretendem determinar se traduz apenas a adaptação às condições variáveis dos habitats que ocupa.

 

Littorina Férussac (1822) é um dos géneros mais estudados de todos os gastrópodes marinhos. O estudo das espécies de Littorina começou com meras descrições das conchas. No século XIX alguns investigadores descreveram a extrema variação intra-específica observada nalgumas espécies de Littorina (Dautzenberg & Fisher, 1912, 1915 in Reid, 1996) e os primeiros estudos da morfologia da concha foram realizados (Bumpus, 1898; Colman, 1932; Knudsen, 1949 in Reid, 1996). Mais tarde, as espécies do género Littorina figuravam em descrições das costas temperadas (Lewis, 1964) e em numerosos estudos de padrões de zonação (Underwood, 1972, 1973). Na realidade, as espécies de Littorina são tão características do supralitoral das praias rochosas que T.A. e A. Sthephenson (1949) o definiram como a zona dominada por Littorina.

 

Figura 1. Uma praia rochosa, habitat do género Littorina.

O gastrópode Littorina saxatilis Olivi (1792) é um taxon marinho intertidal que apresenta uma enorme variabilidade no que diz respeito à morfologia da concha e por isso tem sido alvo de muitos estudos. Diferentes formas mostram diferenças pronunciadas na espessura da concha, altura da espira, tamanho da abertura, ornamentações e cor da concha. Estas considerações levaram em estudos iniciais a que grupos morfologicamente diferentes fossem considerados como espécies distintas (Heller, 1975a; Smith, 1981). Posteriores análises da variação proteica indicaram que algumas formas até então consideradas espécies distintas, pertenciam, na realidade, a uma única espécie (Janson e Ward, 1984; Johannesson & Johannesson, 1990b in Johannesson et al. 1993).

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