A inteligência dos golfinhos

Maria Carlos Reis
Imprimir
Texto A A A

É comum associar-se o nível de inteligência de um animal ao tamanho do seu encéfalo. Partindo deste pressuposto, comparando o peso médio do encéfalo de um golfinho (1,7 kg) com o de um ser humano (1,5 kg), que ilações podem ser retiradas?

 

Muito se tem especulado sobre a inteligência destes animais admiráveis, mas na realidade muito pouco ainda se sabe sobre este assunto. Se no ser humano é difícil quantificar a inteligência, mais difícil será fazê-lo em animais selvagens ou mesmo em cativeiro. No entanto, muitos estudos têm sido realizados e avanços relativos têm permitido dar resposta a algumas questões.

A questão do tamanho do encéfalo tem levantado alguma controvérsia. O encéfalo dos golfinhos é assombroso, pesando tanto ou mais do que o encáfalo humano, ao qual se assemelha pelos seus sulcos e circunvoluções abundantes. Contudo, muitos cientistas defendem que esta questão não deve ser tratada de uma forma linear, já que se olharmos para a proporção entre massa encefálica e massa corporal, outros números aparecem: 1,17% para os golfinhos e 2,10% para os seres humanos. Isto quererá dizer que estes cetáceos não serão tão inteligentes como os seres humanos, pois as suas grandes dimensões corporais traduzem-se na necessidade de uma massa encefálica maior.

Segundo dados actuais, a massa colossal do encéfalo dos golfinhos estará ligada a mecanismos adaptativos extremamente complexos, sobretudo relativos ao aparelho de identificação e eco-localização. Com efeito, emitindo impulsos ultra-sónicos que embatem em objectos (peixes, outros golfinhos ou qualquer obstáculo) e captando os sons devolvidos, o golfinho é capaz de interpretar estes ecos como se de imagens se tratassem, determinando o tipo de objectos e a que distância se encontram.

Comentários

Newsletter