A actividade e os movimentos do Texugo na Serra de Grândola

Maria João Cruz e Miguel Rosalino
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O texugo é um animal omnívoro, que adapta o regime alimentar às disponibilidade do seu habitat. Apesar de ser comum em Portugal, diversos aspectos da sua ecologia estão ainda pouco estudados, condicionando os esforços de conservação.

O texugo (Meles meles, Linnaeus 1758) é um mamífero social que vive em grupos mistos de composição bastante variável: um grupo familiar pode ser constituído apenas por um casal e respectivas crias ou incluir mais de 30 indivíduos de várias classes etárias, dependendo dos factores do meio (Kruuk 1989). Estes grupos vivem em complexos de tocas que são usados para a reprodução (Neal e Cheeseman 1996).

Em Portugal esta espécie é protegida por um regulamento específico na lei de caça (Decreto-lei 274-A/88). Embora também seja protegida nos restantes países mediterrânicos (Griffiths e Thomas 1993), a maioria dos aspectos da sua ecologia nesta região são desconhecidos, estando grande parte dos trabalhos focados na sua dieta.

 

Também em Portugal o primeiro estudo dedicado ao texugo (Loureiro 1999) versou a dieta desta espécie na Serra de Grândola, sendo os frutos e os artrópodes (sobretudo insectos) os principais grupos de alimentos consumidos. Estes resultados são semelhantes aos obtidos para outras áreas mediterrânicas (e.g. Pigozzi 1987), mas muito diferentes das regiões do Centro e Norte da Europa, onde a espécie é um consumidor especialista de minhocas (e.g. Kruuk et al. 1979). Esta diferença na estratégia alimentar poderá conduzir a diferentes padrões de actividade e movimentos, pois estes parâmetros devem estar relacionados com o tipo e disponibilidade das presas.

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