O Cão da Serra da Estrela

Sara Otero
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O Cão da Serra da Estrela foi moldado pelo solo granítico, vegetação arbustiva e por uma vida difícil na serra, sendo nesta região companheiro inseparável do Homem no trabalho quotidiano. Faz parte do nosso Património Nacional.

 

Diversas raças caninas portuguesas permaneceram durante muitos anos pouco mais do que desconhecidas a nível nacional e no estrangeiro. No início do século começou a encarar-se a preservação e a defesa do cão pastor da Serra da Estrela, no entanto, durante vários anos as tentativas que se fizeram neste sentido foram dispersas e dificultadas pela distância e inacessibilidade da Serra.

O Cão da Serra da Estrela foi moldado pela própria serra, com os seus imponentes rochedos, solo granítico, vegetação arbustiva e uma vida por vezes bastante difícil, sendo companheiro inseparável do Homem desta região no seu trabalho quotidiano, fazendo parte do nosso Património Nacional.

Desde sempre, estes animais de grande beleza e corpulência, e de nobres sentimentos, tiveram a incumbência de zelar pela segurança dos pastores e rebanhos. Nas épocas de invernia, em que estes eram obrigados a abandonar a serra e a deslocar-se à procura de pastos apetecíveis, nas suas rotas de transumância, estes cães muitas vezes alimentados parcamente, acompanhavam o pastor e o rebanho durante muitos quilómetros assegurando que nenhum mal lhes acontecesse.

O Cão da Serra da Estrela é uma das raças mais antigas da Península Ibérica, embora não exista informação concreta quanto às suas origens. Há quem defenda que foram sendo lentamente introduzidos em várias partes da Europa, no tempo dos Visigodos, vindos do planalto asiático. O cão de protecção de gado era utilizado especialmente em zonas montanhosas e acompanhava os pastores e rebanhos nas suas migrações anuais, com o objectivo de os defender dos lobos e assaltantes.

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