Joaquim Vieira Natividade

António Barreto
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Joaquim Vieira Natividade (1899-1968), Engº Agrónomo e Silvicultor, distinguiu-se no campo da arboricultura e silvicultura como técnico e investigador, tendo ao longo da sua excepcional carreira publicado mais de 300 trabalhos.

Joaquim Vieira Natividade nasceu em Alcobaça em 22 de Novembro de 1899. Terceiro dos quatro filhos (dois rapazes e duas raparigas) de D. Maria Ajuda Garcez e de Manuel Vieira Natividade, Joaquim teve uma infância feliz no seio de uma família laboriosa e unida, repartindo o tempo entre os descuidados períodos das folgas e a escrupulosa obrigação dos deveres escolares imposta pelo seu pai.

Manuel Natividade, descendente de uma família de agricultores, era licenciado em farmácia, profissão para a qual não se sentia talhado mas que exerceu durante alguns anos como proprietário da Farmácia Natividade, localizada no centro de Alcobaça. Alguns anos antes de vender a farmácia, fundou uma fábrica de conservas de fruta alargando assim o património da casa agrícola que herdara dos pais. Depois da venda da farmácia, repartia o seu tempo entre a fábrica, onde contava com a ajuda de toda a família, e o estudo de arqueologia, etnografia e história do Mosteiro de Alcobaça, que era verdadeiramente a sua paixão. Relativamente aos filhos, a sua grande preocupação era incutir-lhes qualidades de trabalho para o que usava uma forte disciplina. Com o passar dos anos o amor que Manuel Natividade sempre tinha tido pela Natureza foi crescendo, sentimento que logicamente tentou vincular nos filhos. Uma das grandes preocupações de Manuel Natividade, traduziu-se na luta pela renovação pomareira da região através das mais diversas iniciativas, de onde se destacam a publicação do seu livro "As frutas de Alcobaça" e a fundação da Junta de Reconstituição dos Pomares de Alcobaça, onde foi arquivista o seu filho Joaquim. Por outro lado, Manuel Natividade estava relacionado com destacadas figuras da época, com as quais organizava serões de debate onde se discutiam os mais variados temas artísticos e científicos. De uma destas reuniões, da imaginação de Lopes Vieira e do seu entusiasmo, nasceu a ideia da realização de serões de arte no Mosteiro de Alcobaça, que vieram a constituir um acontecimento notável para a época.

Foi neste ambiente familiar e cultural que cresceu Joaquim Vieira Natividade.

Após a conclusão da instrução primária, o jovem Natividade ingressa no "Collegio - Lyceu Alcobacense", onde estuda até aos 12 anos de idade, altura em que se transfere como interno para o "Colégio Mondego" em Coimbra. Dado o seu feitio sério e disciplinado, transita para externo passando a residir na "República Fidalga e Amiga" até 1916, altura em que concluiu o liceu como aluno brilhante. Mantém com a família um estreito contacto passando todos os períodos de férias em Alcobaça.

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