O projecto ECOQUARRY – Ecotecnologia para a Restauração Ambiental de Pedreiras Calcárias

Graça Oliveira – Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Imprimir
Texto A A A


Benefícios a longo-prazo e sustentabilidade

O principal resultado do projecto foi a elaboração de um conjunto de protocolos (em geral, experimentalmente demonstrados) para a restauração de pedreiras calcárias em regiões mediterrânicas. Estes protocolos baseiam-se na realização de um mínimo de intervenções que possam desencadear e/ou facilitar a sucessão natural, e na aplicação, se necessária, de medidas de gestão durante o período de caução, de modo a assegurar a recuperação natural, a médio- e longo-prazo, dos ecossistemas e da paisagem. Esta abordagem pretende evitar quer o insucesso das intervenções, quer os investimentos prolongados ou permanentes em manutenção (rega, fertilização, novas plantações, eliminação de espécies indesejáveis, etc.).


Figura 5 – Aspecto de algumas parcelas-piloto c. 2 anos após a instalação: a) pedreira El Telégrafo (Ordal, Catalunha), b) pedreira Las Cuevas, c) pedreira La Falconera (Sitges, Catalunha). Notem-se os diferentes tipos de substrato. Com excepção do pinheiro, as plantas que se observam em b) são de espécies herbáceas, introduzidas por hidrossementeira, que demonstraram boa capacidade de desenvolvimento nestas condições. 

Relevância dos resultados

As empresas extractivas que participaram no ECOQUARRY são, naturalmente, os primeiros beneficiários dos resultados obtidos, mas está contemplada a transferência dos conhecimentos que será feita através das associações do sector e da administração pública (também participantes no Projecto), bem como pela divulgação de um Manual de Boas Práticas.

Tendo o projecto sido desenvolvido num número de pedreiras calcárias geografica e climaticamente representativo, os seus resultados gerais podem considerar-se aplicáveis a outras pedreiras em condições mediterrânicas. Por outro lado, as estratégias de controlo de qualidade definidas são aplicáveis em qualquer actividade de recuperação de pedreiras, independentemente da sua geografia, recurso mineral ou clima.

O projecto produziu directrizes para a recuperação sustentável de pedreiras e para o controlo de qualidade do processo de restauração que podem constituir as bases técnicas e científicas para o desenvolvimento ou melhoramento da regulamentação a diversos níveis, desde a regional até à europeia.


Figura 6 – Entre as limitações ao sucesso das diversas actuações salientam-se: (a) a vulnerabilidade dos taludes à erosão (declives excessivos e/ou deficiente estabilização) e (b) a promoção do desenvolvimento herbáceo (parcelas com espécies “comerciais” e/ou com substrato melhorado) que prejudicou a sobrevivência e o crescimento das espécies plantadas.

Participantes no projecto EcoQuarry:

. Departament de Biologia Vegetal de la Universitat de Barcelona (coordenação)
. Universitat Politècnica de Catalunya
. Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa – CEBV (Centro de Ecologia e Biologia Vegetal)
. Universitat d’Alacant
. Centre de Recerca Ecològica i Aplicacions Forestals (CREAF)
. Escola d’Agricultura de Barcelona
. Direcció General de Boscos i Biodiversitat del departament de Medi Ambient de la Generalitat de Catalunya
. Gremi d’Àrids de Catalunya
. Agrupació de Fabricants de Ciment de Catalunya
. Empresas do sector:
- Aricemex
- Uniland Cementera
- Bercontrés
- Cantera Roca
- Canteras La Ponderosa
- Ciments Molins
- Cemex (Tarragona e Alicante)
- Lafarge Asland
- Promotora Mediterrània-2 (PROMSA)
- Secil (Portugal)

Para mais informação:
www2.ub.edu/ecoquarry

Graça Oliveira, Centro de Biologia Ambiental, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Tel: 21 7500000, ext. 22556; [email protected]

1 Recentemente integrado no Centro de Biologia Ambiental (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa)

Documentos Recomendados

Exploração de Basalto na Região das Missões do Estado do Rio Grande do Sul: Uma Abordagem às Questões Ambientais

Restauração do Coberto Lenhoso Ripícola nas Margens da Lagoa dos Linhos, Mata Nacional do Urso

 

Comentários

Newsletter