Programa de Telemetria por Satélite de Grandes Baleias dos Açores

Rui Prieto – Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores
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O desafio de trabalhar com os gigantes do mar

Normalmente a instrumentação de animais com transmissores de satélite é efectuada através da captura e imobilização dos indivíduos a estudar. Isto ocorre com quase todos os organismos que são estudados desta forma, incluindo animais tão grandes e perigosos como elefantes, rinocerontes e até tubarões brancos. No entanto, capturar uma baleia sem a matar é uma tarefa impossível devido ao seu tamanho colossal.

A instrumentação dos animais com os transmissores de satélite oferece, portanto, um desafio suplementar pois estes têm que ser implantados remotamente sem a possibilidade de manipular os animais. Para fazer o implante remoto dos transmissores em baleias, é utilizado um sistema baseado numa arma pneumática especialmente desenvolvida para esse fim (ARTS – Air Rocket Transmitter System).

[4] A instrumentação das baleias só é possível recorrendo a uma arma pneumática específicamente desenvolvida para este fim.

A arma tem uma câmara de ar pressurizado que serve como propulsor de um projéctil que transporta o transmissor. Ao atingir a baleia, o projéctil é libertado e o transmissor permanece no animal, com a antena exteriorizada para emitir o sinal para os satélites.


 

[5] Um transmissor de satélite em vôo, imediatamente antes de ser implantado numa Baleia-azul. A flutuar na água vê-se uma seta de biópsia com pele para estudos genéticos.

Os transmissores são colocados na camada adiposa sub-dérmica das baleias e transmitem um código identificativo cada vez que os animais vêm à superfície. Se durante essa transmissão um satélite estiver por cima do animal e for recebido um número suficiente de mensagens, a posição do animal é calculada e retransmitida para terra.

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