EURIS é o maior projecto Europeu de educação florestal. O Instituto Politécnico de Viseu participa como parceiro neste projecto, através de uma equipa de professores e técnicos das áreas das Engenharias do Ambiente, Madeiras e Florestal.
EURIS é o maior projecto Europeu de educação florestal, financiado pela Agência Nacional Irlandesa no âmbito do programa “Leonardo da Vinci”. O Instituto Politécnico de Viseu (IPV) participa, como parceiro, neste projecto através de uma equipa de professores e técnicos das áreas das Engenharias do Ambiente, Madeiras e Florestal, liderada pelo Prof. Doutor José Vicente Ferreira.
O projecto EURIS foi desenvolvido pelas empresas consultoras Clark Mactavish (inglesa) e Sylviron (irlandesa) ambas consideradas pequenas e médias empresas (PME), sendo liderado por esta última. O projecto procura identificar novas e inovadoras utilizações para as espécies de árvores e/ou madeiras consideradas tradicionalmente “não-comerciais”. Além disso, no sentido de integrar esta informação no nível 3 da educação florestal Europeia, o objectivo último do EURIS é produzir um módulo curricular que ajude a expandir e diversificar a base do conhecimento e de especialização de futuras gerações florestais e processadores de madeira e melhor prepará-los para as tendências de mudança que se vislumbram no seio da indústria florestal Europeia.
O curriculum produzido pelo projecto será entregue em Portugal pelo Instituto Politécnico de Viseu e através da Europa por mais três outras instituições de ensino superior: Waterford Institute of Technology (Irlanda); Larenstein International College (Holanda); e, Oulu Polytechnic, School of Renewable Natural Resources (Finlandia).
O projecto tem dois outros parceiros: um instituto de pesquisa em tecnologia da madeira – IVALSA (Itália); e, uma terceira PME - Krajina (Eslováquia). A sociedade pensa que esta combinação de PMEs, instituições de ensino superior e institutos de investigação e desenvolvimento está melhor posicionada para integrar a informação industrial corrente na educação florestal.
Os dois anos do projecto começaram em Janeiro de 2003 e a primeira fase de recolha de informação está perto de chegar ao fim. Todos os parceiros têm estado atentos às utilizações inovadoras da madeira através da Europa e estão a produzir estudos de casos os quais serão utilizados para suportar os módulos de estudo. Os estudos de caso devem satisfazer os seguintes parâmetros que o grupo fixou para o projecto: incorporar rolaria de madeira de baixa qualidade e que por isso terá um baixo valor económico; serem inovadores; contenham um valor adicional local; requeiram um mínimo de processamento; e, tenham boas possibilidades de serem transferidos.
As áreas dos estudos de caso são bastante largas, abrangendo: engenharia de estruturas em madeira; arquitectura; engenharia ambiental; artesanato; energia da madeira; e agricultura.
Dentro destas áreas, os casos de estudo específicos são extremamente diversos. Por exemplo, sob o tema “engenharia ambiental” o IPV, Sylviron, Waterford e Clark Mactavish estão a pesquisar diferentes técnicas para utilização de madeira em rolo de pequeno diâmetro no controlo da erosão costeira (ver Fig.1).
Figura 1. Sylviron tem tentado, com sucesso, a utilização de cercas de vidoeiro no controlo da erosão costeira
Sob o tema “agricultura”, dois dos estudos de caso do WIT incluem: a utilização de lascas de madeira para cama de animais e o crescimento de cogumelos para culinária exótica em toros de madeira de folhosas de baixa qualidade (ver Fig. 2).
Figura 2. O crescimento de cogumelos podem não atrair os tradicionais processadores de madeira, mas com um valor de colheita de € 300 por metro cúbico de madeira de baixa qualidade, o que poderá acontecer?
IVALSA irá fornecer informação sobre a utilização de madeira em rolaria de pequeno diâmetro: na construção de edifícios agrícolas; na produção de laminados; na construção de barreiras de som em vias férreas e auto-estradas. Tanto a robínia (falsa acácia) como o castanheiro doce são espécies que apresentam problemas de gestão em Itália – a robínia porque é invasiva, o castanheiro doce porque bosques antigamente administrados foram negligenciados devido a um declínio nos mercados tradicionais. Porém, o Instituto aplicou a sua função de investigação na utilização, com sucesso, desta madeira durável na construção de casas agrícolas e de recreio (ver Fig.3).