Os picanços: a importância das modificações na paisagem e estratégias de gestão do habitat

Luís Miguel Reino
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A idade de ouro dos picanços na Europa foi provavelmente precipitada pelo desenvolvimento das sociedades agrícolas que viriam, na maior parte dos casos, a perdurar durante muitos séculos. Mais recentemente, e com particular destaque na Europa Ocidental, a idade de ouro dos picanços parece ter terminado ou, pelo menos, sofrido um sério revés. Tal como LeFranc (1997) assinala, será mesmo possível arranjar uma data simbólica para marcar o início desta tendência - 1 de Janeiro de 1950, quando é assinado o Tratado de Roma e em particular o artigo 39º, consagrando a fundação e desenvolvimento da Política Agrícola Comum (PAC). Genericamente, pretendia-se delinear os objectivos que permitissem a intensificação agrícola, tendo como horizonte um aumento da produção agrícola.

As implicações que esta política teve na paisagem da Europa Ocidental foram profundas e, de certa maneira, os impactes na fauna que as transformações na paisagem que daí advieram ainda estão por determinar. De qualquer maneira, na maior parte dos casos, a intensificação agrícola teve como consequência o emparcelamento de extensas áreas, com remoção da maior parte das sebes arbustivas e arbóreas, a eliminação de pequenos bosquetes que entremeavam os campos agrícolas, o uso de pesticidas, com redução dos invertebrados que, provavelmente. Todos estes factores terão contribuído para o declínio dos picanços, em extensas áreas da Europa.

Desenvolvimento de medidas de gestão e conservação – o exemplo do picanço-de-dorso-ruivo

A determinação das causas que têm contribuído para o acentuado declínio desta espécie encontram-se mal estudadas. Contudo, as alterações nos habitats preferidos por este picanço terão, certamente, constituído um dos principais factores para esta situação. Se estas alterações puderem ou forem travadas a conservação desta espécie pode, eventualmente, ser incrementada.

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