Serra de Grândola
Este projecto está a ser desenvolvido na Serra de Grândola, uma das zonas de sobreiral mais extensas da Europa, e pretende avaliar a dieta, a estrutura social (nº de indivíduos por grupo, relações entre eles, etc.), a dimensão dos territórios, o padrão de actividade (períodos de actividade e repouso) e o estado de saúde (parasitas externos e internos) da população aí residente.
Dieta
Para determinar qual a dieta deste predador têm-se recolhido quinzenalmente dejectos de texugo encontrados em latrinas (locais revisitados com frequência pelos animais para deposição das fezes e marcação odorífera). Estes são trazidos para o laboratório e, posteriormente, analisados. A partir desta análise, é possível separar os restos não digeridos e identificar os alimentos consumidos.
Estrutura social, território e actividade
Neste momento, está a efectuar-se uma campanha de armadilhagem que visa capturar e marcar o maior número possível de indivíduos, por forma a avaliar, entre outros parâmetros, o tamanho dos grupos sociais e da população existente na área de estudo e a razão entre sexos (sex-ratio).
Em 5 dos indivíduos capturados foram colocados colares radio-transmissores que emitem um sinal que permite localizar o animal. Esta localização obtém-se cruzando duas ou mais direcções (nas quais se consegue ouvir o sinal com maior intensidade), obtidas a partir de pontos de localização conhecida. Esta técnica denomina-se “triangulação”. Estes animais estão a ser monitorizados por forma a avaliar quais as áreas que frequentam para, por um lado, conseguirmos delimitar os territórios e, por outro, tentar relacionar o uso de determinada área com as preferências alimentares da espécie na Serra de Grândola. Estes radio-transmissores contêm um sensor de actividade que permite saber em que altura do dia os indivíduos se encontram activos e qual é o seu padrão de actividade ao longo do ano.