Num estudo realizado pela Estação Florestal Nacional (EFN et al., 1992) na Serra de Grândola, as manchas de montado mais afectadas foram identificadas em solos derivados de xistos, tendo-se constatado que onde o grau de arejamento do solo e a capacidade de infiltração são afectadas acentua-se a ocorrência de sobreiros mortos. No âmbito de um outro estudo (CBA et al., 2000), verificou-se que associado aos solos esqueléticos da serra, as vertentes soalheiras têm uma ocorrência de mortalidade significativamente superior às vertentes umbrias. Em ambos os casos, constata-se que quando sujeito a situações ecológicas extremas, o montado torna-se um ecossistema mais sensível às intervenções no sobcoberto e ao descortiçamento. Nestas situações, observou-se ainda uma correlação positiva entre a incidência de mato de esteva e as situações de mortalidade, situação reveladora de uma regressão do ecossistema.
Apesar dos avanços da ciência, a avaliação das causas que levam ao declínio das quercíneas é um problema ainda sem solução. Este é um problema que se revela a várias escalas e que só a continuação da investigação das inter-relações entre factores como meio ambiente, técnicas de gestão e fisiologia da árvore poderemos vir a alcançar uma resposta.
Bibliografia
CBA, ERENA e CESEE (2000). PRAXIS/PCNA/C/BIA/105/96. Relatório. Lisboa
EFN, DGF e CCAMSC (1992). Determinação das Causas de Morte do Sobreiro nos Concelhos de Santiago do Cacém, Grândola e Sines. Relatório. Lisboa
Pereira, J., Conceição, M. e Rodrigues, J. (1999). As causas da mortalidade do sobreiro revisitadas. Revista Florestal, 12, (1/2).
Vázquez, F. (2000). La seca de las Quercus. Centáurea, Boletim de Información de Tentudia. CEDECO.