Critérios para a selecção de zonas prioritárias para a conservação em áreas protegidas

Clara Grilo
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Identificação das espécies prioritárias para a conservação

Para identificar de uma forma objectiva e inequívoca o conjunto de espécies com prioridade de conservação é necessário submeter cada espécie a uma avaliação através de um sistema hierárquico de pontuações (1, 2). Este sistema deve incluir a informação sobre (1) o estatuto de conservação, que indica o grau de ameaça a nível nacional, europeu e mundial e a responsabilização política assumida por Portugal na conservação de algumas espécies, (2) as características bio-ecológicas (ex: potencial reprodutor, nível trófico, especialização em termos de habitat) que medem a sua vulnerabilidade à extinção, e ainda (3) a situação geográfica que medirá a sua relevância no contexto regional, nacional e internacional. A ordenação das espécies resultará do somatório das pontuações atribuídas para cada variável, onde o valor mais elevado representará a prioridade máxima.

Figura – Sistema de avaliação de áreas prioritárias para a conservação.

 

Distribuição potencial de cada espécie prioritária

Esta fase deverá ser precedida de trabalho de campo, o mais exaustivo possível, para obter o máximo de informação sobre a sua distribuição. Nos casos em que é extremamente dispendioso realizar estudos sistemáticos para conhecer a sua verdadeira distribuição, é possível construir um modelo estatístico preditivo capaz de se aproximar à distribuição real da espécie. Estes modelos resultam da análise da relação entre dados de presença/ausência da espécie e um conjunto de variáveis ambientais que possam estar associadas à sua distribuição (ex: altimetria, hidrologia, coberto vegetal, uso do solo, densidade populacional, rede viária). O modelo de distribuição potencial resultante consistirá numa superfície de níveis de probabilidade de ocorrência dessa mesma espécie.

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