Berlengas - Um pequeno arquipélago cheio de vida

Alexandre Vaz
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De longe a Berlenga parece um simples rochedo de encostas abruptas, desnudado e sem vida. Mas, à medida que nos aproximamos, vislumbramos bandos de aves que o sobrevoam e já desembarcados é visível a sua incrível riqueza biológica.

A forma e a localização de Portugal fazem com que este seja um país com uma linha de costa muito extensa, relativamente à área do seu território. No entanto, com excepção dos Arquipélagos dos Açores e Madeira, a presença de ilhas nas proximidades do continente resume-se a pequenos ilhéus, à Ilha do Pessegueiro, a Sul de Sines e ao Arquipélago das Berlengas, ao largo de Peniche.

Este último situa-se, aproximadamente, a 10 km do Cabo Carvoeiro. A principal ilha, que dá nome ao arquipélago, é um rochedo de granito rosa, que se eleva até aos 88 metros, e que tem um comprimento máximo de 1500 m e uma área aproximada de 78 hectares. Trata-se de uma ilha planáltica, com excepção de algumas pequeníssimas praias, bordejada por abruptas falésias marítimas. Para além desta, o arquipélago é constituído por pequenos grupos de rochedos e de ilhas de menores dimensões, como as Estelas e os Farilhões. A Reserva Natural da Berlenga inclui ainda uma área subaquática de 1000 hectares, que é delimitada pela batimetria dos 30 metros em redor das ilhas.

A Ilha da Berlenga, que é de todas as ilhas a única com ocupação humana permanente, teve ao longo dos séculos uma história atribulada. Os primeiros vestígios da sua ocupação humana remontam ao tempo da ocupação romana da Península. Em 1513 foi fundado nesta ilha, por Dona Maria, o Mosteiro da Misericórdia da Ordem de S. Jerónimo. No entanto, os monges que para lá se retiraram foram repetidas vezes vítimas dos assaltos de corsários, originários do Norte de África, e apenas 35 anos após a sua chegada, Dona Catarina ordenou a transferência dos monges para o continente. Deste convento chegaram aos dias de hoje apenas leves vestígios. No século XVII, Dom João IV mandou construir a fortaleza de São João Baptista, que viria a ter bastante importância estratégica durante as guerras com Castela, as invasões francesas e as disputas entre Miguelistas e Liberais. Em 1847 o forte foi abandonado, para apenas em 1962 voltar a ser recuperado para servir como pousada. Em 1841, erigiu-se na parte mais alta da ilha um farol, com 29 metros de altura, que pode ser avistado a mais de 45 quilómetros de distância.

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