Jardins de Lisboa

Miguel Monteiro
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Os espaços verdes das cidades são hoje áreas de extrema importância para a qualidade de vida de quem nelas vive. São locais de convívio e recreio, de que podemos usufruir, mas que têm muito para ensinar. Conheça alguns dos jardins de Lisboa.

 

Desenhado em 1764, o “Passeio Público” foi o primeiro jardim público da cidade. Tendo sofrido várias alterações, passou por fases de maior ou menor sucesso, tendo aberto definitivamente as portas ao público, “decentemente vestido”, em 1852. No entanto, o seu reinado solitário de quase 100 anos havia já sido interrompido com o nascimento de outro Jardim, o “Passeio da Estrela”, hoje Jardim Guerra Junqueiro, fundado em 1842. Ao longo do séc. XIX vão aparecer vários jardins pela cidade, aproveitando vistas privilegiadas ou recantos apetecíveis. São desta altura os Jardins de S. Pedro de Alcântara, do Príncipe Real, Alfredo Keil e o Parque Silva Porto, entre outros. Estes eram lugares para passear, para contemplar a Natureza ali domada e disposta de forma romântica e ordenada em pequenos microcosmos, para satisfação dos sentidos. 
 
Nesta época nascem também, com fins científicos e culturais, os Jardins Botânicos da Ajuda e da Faculdade de Ciências, e para o exercício da caça, dotados de jardins, pomares e hortas, a Tapada das Necessidades e a da Ajuda. Em 1881 é ainda aberto ao público o Jardim Zoológico, que se vai juntar a uma rede já considerável de espaços verdes, cuja importância é reclamada, não só como áreas de recreio ao ar livre, mas também por “favorecerem a higienização do ambiente”.

Já no séc. XX, após cinco décadas de avanços e recuos em relação ao principal parque da cidade, é aprovado em 1945 o projecto do Arq. Keil do Amaral (já antes ligado ao desenvolvimento do Parque de Monsanto), para a reordenação do então Parque Eduardo VII.

Finalmente, com a Expo 98 surge, na zona oriental de Lisboa, o Parque das Nações, que devolve o contacto entre o rio e os lisboetas e oferece um amplo espaço cultural e de convívio. Neste espaço encontramos a concepção moderna de Jardim, onde arte, arquitectura e natureza se fundem numa só entidade. Excepção feita a alguns pequenos jardins, que apresentam uma intensa vida urbana (como os Jardins das Amoreiras e do Príncipe Real), o Parque das Nações é dos poucos locais onde de noite se pode passear em segurança num jardim.

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