Peniche, Mar e História

Leonor de Almeida (texto) e José Romão (fotos)
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Peniche foi no passado uma ilha, mas viria a tornar-se na cidade mais ocidental do continente Europeu. Existem mil e um motivos para visitar esta terra, intimamente ligada ao mar, com o qual partilha cheiros, sons, cores e sabores.

"Para amigos, não queira os de Peniche…”! Já lá diziam as nossas avós, reportando-se a acontecimentos do tempo da conquista do trono de Portugal aos Castelhanos, em 1589. Eram eles a esquadra inglesa que vinha para “ajudar” D. António Prior do Crato. Hoje, amigos de Peniche, só há os saborosos pastéis que, logo pela manhã, se podem saborear nas pastelarias das pequenas ruas da baixa da cidade. A terra é de gente boa ligada ao mar. Todos os dias, pelas sete da tarde, ouve-se o tac-tac dos motores das traineiras que, umas atrás das outras, cores atrás de cores, desfilam rumo ao Norte, ao encontro da sardinha.

Nos tempos da conquista de Lisboa aos Mouros, o cruzado Osberno, companheiro de D. Afonso Henriques, aportou à ilha de Peniche, “distante do continente cerca de 800 passos e abundante em veados e coelhos e onde também se encontra a planta do alcaçuz…”. Peniche foi, pois, em tempos idos, uma ilha quase inacessível, onde Lusitanos fugidos das hostes Romanas tinham fundado uma povoação.


Fotografias de José Romão

De ilha a continente passaram uns séculos, e hoje, num istmo de quase três quilómetros de comprimento, Peniche vive das glórias de ter sido o segundo porto de pesca mais importante do País (pesca da lagosta, sardinha e atum ). Foi também importante centro de construção naval e da indústria de conserva de peixe. Actualmente esforça-se por devolver ao seu porto de mar a importância que já teve e investe no turismo e na agricultura.

Infelizmente a sardinha tem andado arredia destas paragens. Estudos recentes, efectuados pelo IPIMAR, concluíram que a sardinha estará a afastar-se para Sul, em direcção ao Algarve, e para Norte, em direcção à Galiza. Mas não é caso para desesperar, pois o marisco abunda - pelo menos nos restaurantes. Como, por exemplo, na Marisqueira dos Cortiçais, onde comer marisco é uma hipótese gastronómica quase obrigatória.

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